domingo, 26 de janeiro de 2014

Violeta no encontro de dois caminhos


Grigory Kazansky -- "Фиалка на разрыве двух дорог"
Tradução do russo de Mykola Szoma
"Violeta no encontro de duas estradas"

Violeta no encontro de duas estradas

Tu és um instante na encruzilhada de três séculos,
Uma violeta no encontro de duas estradas.
Como algo impossível neste mundo,
Tu és uma obra prima, saída das mãos do Criador...

Nem pode dúvidas haver,
Asim como respostas não se encontra
para os relances flamejantes dos raios estelares.
Ele, como se fosse uma corda luminosa de chuva,
ressona ao tanger dos ventos -- Por vezes,
Assemelha-se a pedras escuras de gelo, que
não se derretem nem ao calor de labaredas.

Apoiado no corrimão de uma ponte,
Enclino a minha face sobre ti.
Sinto a respiração tua ofegante
-- de whisky embebida...
A própria lua, pelos teus olhos refletida,
Estranha torna-se pra mim. Porém,
Eu sinto, que ela, ilumina a minha vida!..

Cravos espetam suas picadas,
no colorido do horizonte,
Como se agulhas fossem faiscantes
-- durante as noites adormecidas.
E nem o próprio tempo mais se nota
-- tal como o tempo do ano todo...
Apenas ouve-se um apito. Dum trem,
parecendo, querendo fugir...

Eu vejo, como matizes em relevo,
Contra as chamas, de fugazes relampejos,
Ela ajeitando o seu vestido sobre os joelhos.
Aquelas, ainda infanto-juvenis, e pálidas mãos.

Areia e seixos, estalando sob os pés,
Dizem que estão à beira da terra.
A imensidão à nossa frente se estende --
Reflexos coloridos de granitos de mica.

Uma ilha flutuante, num oceano de estrelas!
E nós -- nos encontramos, na sua beirada,
Num devaneio estupefatos... Numa mística bruma
-- murmurando, dissemos a tudo: "Adeus".

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