sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Ainda somos humanos


Ainda não nos converteram em máquinas;
Embora, tivessem tentado muitas vezes.
Já construiram o coração de "aço";
Porém, o sangue vermelho natural,
Ainda circula em nossas veias...

Ainda bate, em nós, o coração de carne.
O peito se contrai e se dilata,
Conforme os sentimentos que vivenciamos
-- Não ao sabor das normas de conduta,
Por Sábios de eloquência elaborados.

A desventura que vivemos, nos faz sentir
A dor de ódio e o prazer das alegrias --
Tecemos redes de paixões incríveis...
Mas nelas não nos afogamos. Sentimo-nos
Heróis incólumes. Jamais vencíveis!..

As máquinas, gigantes do progresso
Não nos tornaram inda robôs insensíveis!
A nossa carne ainda lateja... e treme...
Sob o frêmito do peso da fome. Esbraveja!
Numa sensação de impotência, reviceja!..
Vibra pasmada, dançando os espasmos,
No turbilhão massacrante da prepotência!
Nossos nervos ainda tremulam... Sentem,
na pele, dos machucados todas as dores...
Fazendo pulular os condutos dos desamores.

Inda que os ventos soprem do leste e,
Que do norte venham os furaacões;
Inda que asa chuvas de tempestades
Afoguem todas as nossas aspirações;
Não tombaremos os nossos poucos anseios
No museu das "Perdidas Ilusões"!..

Não somos ainda de aço.
Também não somos pira de espuma
Que, ao se inflamar, se desvirtua.
Somos humanos ainda. Em nossas veias
-- embora já dilatads,
Corre um sangue vermelho escarlate.
E, em nosso peito dorido,
Ainda há um coração que bate!..

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