quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A noite vai terminando

Deitado na relva molhada,
Quero ouvir o canto dos rouxinóis,
Nessa calma e serena madrugada.

A noite vai terminando,
enrolando os seus azulados e
transaprentes lençóis.

Quero ouvir os estalidos
dos lábios dela, beijando os meus.
Quero ouvir da boca sua:
"Querido, diga-me que tu és só meu."
São sonhos... Não são fantasias;
São os desejos meus!

Aqui rouxinóis não crescem;
São pequeninos do Velho Mundo...
Menores que o pisco-de-peito-ruivo;
São "ébrios" da noite, encantam --
com seus trinados e gorgolejos, as
mentes dos amantes e seus desejos.
E muitas vezes,
os cantos dos rouxinóis,
não passam de simples lamentos --
das dores de luto de Orfeu.

Aqui não crescem rouxinóis!
Nem lábios dela são meus caprichos.

Oh, meu Deus!..
Por que me deste um coração enamorado?
Que sonha tanto, mesmo sem ser amado!
-- Por que querer ouvir,
Na calma madrugada,
O canto do rouxinol,
Na relva molhada deitado?..

A madrugada vai fugindo.
A relva, aos poucos, vai secando.
O sonho meu se diluindo: vai me deixando.
A realidade, aos poucos, vai me acordando.
E tudo, poque a noite vai terminando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário