sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Uma coruja

Uma coruja pousou
no parapeito da janela
-- Um peitoril da vida
do observador atento;
Que busca encontar,
entre os escombros,
o mito existencial.
O mito de todos nós --
de qualquer jeito...

Por entre os dedos
-- dos seus espaços,
Peneira fatos
como lhe aprouver...
Sem dar satisfação
a quem a peça;
Transmuda caos
em harmonia de sons
de uma sinfonia
germânica qualquer.

Uma coruja pousou
no parapeito da janela.
Ouviu acordes desses sons
-- gostou!..
Cantar não soube, mas
Sugeriu uma fermata,
com suspensão do tempo;
E o compasso, enfim,
a todos agradou...
É a coruja regendo
a partitura --
Aquela que o Colombo,
em seu quarteto,
com maestria espanhola,
solenemente "desenhou"!

A coruja pousou
no parapeito da janela
E, ao sabor do seu desjo,
o mundo todo mudou!..

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