quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Túmulos irmãos


Margarita Aliger (Margarita Iosifovna Aliger)
(Маргарита Иосифовна Алигер, 1915 - 1992)
O nome dela também é: "Маргарита Иосифовна Зейлигер"
Nasceu em Odessa, na Ucrânia.
De família judaica, de sobrenome Zeliger.

Poetisa soviética, tradutora e jornalista.
1934 -1937 estudou em Maxim Gorky Literature Institute.
Foi casada com o compositor Konstantin Makarov-Rakitin,
que faleceu, em 1941, na batalha de Yartsevo.

A sua obra poética compõe-se de 70 poemas (da série).
Tradução do russo, para o português, é
de Mykola Szoma.

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6. Túmulos irmãos (Братские могилы, 1945)

Adormeceu, o meu esconderijo,
jamais levantará do sono seu.
Ainda não se tirou o cheiro do sangue,
e a terra ainda está toda vermelha.

Os novos capins e ervas
ainda não cobriram os túmulos.
Lado a lado dormiram os companheiros,
Que, do repousante sono, jamais acordarão.

Os pássaros, daquelas nuvens altas,
quando, em bandos, estão voando para o sul,
Por sobre os túmulos-esconderijos, passam;
Consigo levam as lembranças de um ex-arrebol...

E quando a parentela dos soldados,
aos campos for -- para arar o solo,
e vendo os túmulos-esconderijos --
Por eles passará, não os tocando.
-- Aos que adormeceram lá,
tributos de post mortem prestará!

Os túmulos, sem lápides vistosas,
são com cuidado limpos pelos ventos;
A própria terra encarregou-se de assinalar
o sono dos heróicos filhos da pátria.

E, se nos anos vindouros,
o milagre proclamado acontecer;
Da guerra as lembras serão esquecidas.
A terra jamais dela notícias terá
-- Guerras nunca mais haverá!

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