quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Prisioneiro
Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo
Tradução do russo por Mykola Szoma
(УЗНИК)
Prisioneiro
Um código pesado paira sobre mim.
Uma corrente retumba nos meus braços.
Por vezes, sopram em mim as ventanias,
Por vezes, ardem fogueiras ao derredor!
De cabeça encostada à parede,
Eu ouço, como aquele doente em sonho,
Quando ele dorme de olhos abertos, --
Que, sobre a terra, avança a tempestade.
O vento de ataque,
do lado de fora da janela,
Folhas de urtiga se mexendo,
Ceus repletos de nuvens de chuva
Ameaçam os campos dormindo seus sonos.
De deus as estrelas, não querem
Jogar os seus raios -- dar uma espiada
em meu cativeiro; Fazer um bailado --
sobre as paredes silentes. Já é noite.
-- Um relâmpago, pela janela, olhou!..
Sinto prazer em ver os relampejos --
Quando as chamas, de seus raios,
Irrompem impetuosas de trás das nuvens.
Espero eu: -- De deus as tempestades
Grilhões meus arrebetem e que, de vez,
Por essas portas, escancarradas,
Que abram-se as passagem para fora --
Dessa cadeia, de desespero, minha.
E partirei... Eu partirei! De novo
-- Irei vagar pelas florestas densas,
Pelos caminhos das estepes vaguear,
Acotovelar-me, dar empurrões
nas ruidosas cidadelas...
Irei viver, entre os humanos vivos;
Pleno de horrores e angústias de viver;
Porém, jamais lembrar dos meus grilhões.
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