domingo, 13 de janeiro de 2013

Para F. I. Tutchev


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Ф.И. Тютчеву)

Para F. I. Tutchev

Noite de inverno. A fogueira crepita,
Foi acesa por deus, ilumina a colina,
Ao redor, secretos fulgores cintilam,
O arvoredo, que arde estalidos,
parece um prateado branqueando;

Ao redor da fogueira, na noite sombria,
O andarilho cansado virá aquecer-se,
juntando-se ao abraços do seu irmão,
O peregrino devoto e, talvez o silvano;
Só passará rente, quem é feliz e audaz.

E lábios ardentes, tocarão a face macia
do andarilho cansado. Ela é o seu amor.
-- Mas, a fogueira não lhes tem sentido
Sonhos e carinho, são todo o seu calor!

Seus cavalos são velozes,
pelos flancos de outeiros,
Seu trenó -- jamais atola
em montões de neve;

O caminho é deslizante -- pelos patins
na neve impresso... -- Por onde passa,
O sino se mistura ao som da neblina,
que se propaga pelas matas ao redor...

Que assim contigo seja!.. Ó, poeta!
As chamas da fogueira, que preservaste
até os dias da tua agitada velhice,
Que te sejam felizes... E essas chamas
que aqueçam os teus cabelos grisalhos.

A juventude se foi.
Como guizo cessou seu ruído.
Como tróica arrojada, deixou de servir,
E foi encostada -- Assim serás tu,
Aguardando um cantinho aquecido à mesa
Ou, uma cortina, toda bordada de flores.

Já eu -- Eu sou um pobre andarilho,
Vago, andando sozinho...
Não há quem esteja esperando por mim.
Deteve-me a noite sombria,
Uma gélida bruma com sua agulha picante
Castiga o meu rosto, sem parar;

Não importa, onde haja fogueira,
Eu me alegro... Quero ir para lá
-- Quero crer
que jamais estou só... Enquanto,
fogueiras houverem,
viverei mais um pouco, por lá...

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