quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Ao poeta cidadão
Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo
Tradução do russo por Mykola Szoma
(Поэту-гражданину)
Ao poeta cidadão
Ao cidadão de alma ingênua!
Receio, o ameaçador verso teu a sorte não abalará.
A macambúzia multidão, à conclamação da tua voz
Não responde ecoando, vai te seguindo,
Mesmo amaldiçoada -- jamais retornará...
E creia, estando mesmo já cansada, em tempo ocioso
Ao canto, de um sublime amor, seu coração escancarará
-- Mais do que aos queixumes da tua musa.
Até podes chorar -- a multidão já tem problemas:
Contabilizar cada moeda suada sua -- do seu trabalho;
Estenda as tuas mãos, forneça-lhe a cabeça, -- Não chores
Por ela. Porque chorando, a sua alma não verás!
Submissa, poderosa, mas não se aprofunda
Na força da palavra, com que tu adoras derrotas infligir,
E, aos sofrimentos dos poéticos enlevos, naõ se entrega.
Acostumada aos sofrimentos cotidianos sucumbir.
Deixe de lado as conclamações inúteis!
Não queiras choramingar! A voz do peito teu seja normal,
Seja fluente como a música, -- Transforme a dor em flores,
Ao caminho da verdade conduza-nos com alegria!
Sem amor não há verdade. E a verdade é natureza.
Sem sentimento de beleza, jamais se pode amar a natureza...
Não conhecer é não saber e sem saber, é viver sem liberdade.
E o trabalho só tem sentido --
Se feito com o pensamento da criatividade...
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