terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A última conversa


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Последний разговор, 1845)

A última conversa

O rouxinol canta, para proteger o seu jardim;
Do lado de lá da represa, as luzes já se apagaram;
A noite é escura. -- E tu, podes não estar contente,
Porque eu resolvi ficar a sós contigo?!.

Eu próprio tenho desejos de separar-me de ti;
Porém, tenho pena de abandonar aquela banqueta,
Na qual sentada, te entregas aos longos pensamentos
E ouves os suaves cantos do rouxinol noturno...

Não te perturbes, com as coisas havidas no passado!
Não queiras entender, de como eu poderia ter amado,
Nem como -- este coração apaixonado, de dor sofria,
-- De agora em diante, contigo não vou falar...

O palavreado meu perturba-te e te transtorna...
Melhor que continues ouvindo os cantos do rouxinol,
Porque do rouxinol a natureza é ser: Sempre feliz
Cantando sem se perder e sem jamais se entristecer.

Já alta noite, também o rouxinol ficou calado...
Voou feliz aos aposentos seus. E dela se despediu.
Eu também quero, repousar tranquilo nesta noite --
Até depois! Se ainda nós nos pudermos encontar!..

Desejes-me que eu não me lembre dessa noite... E,
Que os outros, recobrem seus sentidos lá nos ceus,
Ali, quem sabe, eu possa receber-te condignamente
Os lábios murmurando uma doce canção de rouxinol!

Nenhum comentário:

Postar um comentário