domingo, 25 de novembro de 2012

Embainhe a própria espada


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo

(Вложи свой меч, 1870 .....Немецкому народу)
Poema escrito por ocasião do cerco de Paris.
A Batalha de Sedan foi um conflito travado
em 1 de setembro de 1870, próximo à cidade
francesa de Sedan, durante a Guerra
franco-prussiana.

Tradução do russo por Mykola Szoma

Embainhe a própria espada

Não sem razão criaste tu uma ordem, plena de força,
E educaste-te para a bravura:
Teu inimigo, prisioneiro teu, -- entregou-te a espada,
Como imperador -- deixou cair o cetro;
Armado da cabeça aos pés, te levantaste e fizeste perceber
Ao cego povo, de guerras amante --
Que ele, com as inquietações suas, poderia tranquilizar-se, --
Assim tu realizaste tudo, o que o tempo te apresentava.
Basta! O mal das guerras deve ter o seu limite...
E se há glória nisso -- o mérito é teu,
Serás, por certo, uma grande e forte nação,
Esquivando-se de bárbaras glórias
Sobre as cinzas das cidades, por entre corpos ensaguentados...
"Basta!! -- foi dito um pouco mais acima,
Desde a infância as mentes cultivadas por ti,
Da vizinhança de perspectivas imprevidentes. --
Basta ao pó, ao ferro em brasa e ao bronze,
Ao chumbo e à gusa, -- O seu ruído, o seu vapor e trovoadas
Rios de lágrimas derramam... Aos sons festivos de vitórias;
Os teus troféus -- emblemas de consternações,
São pesares e sofrimentos. -- "Basta!" -- Exclamaram todos
Todos, para quem o ideal
Só era a humanidade, a verdade, a liberdade... E tu
Em toda a tua brilhante magnificência e vozeria te envolvias,
Quando chamavas para o santo ósculo,
Pelos lábios de Schiller, todos os povos do mundo todo.

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Tudo transformou-se! --
A tua juventude
Já não espera mais o universal amor,
As suas artes -- são artes marciais...
(Ensino fundamentado nos atrativos do manejo de espadas...)

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E patriota só será aquele que
De sentimento seu
Desdenhosamente falar aos outros povos,
Que o próprio deus lhe outorgou poderes
Para o Oriente e o Ocidente germanizar!

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Sob a tua respeitosa proteção, tu acolheste todo aquele
Que soube -- e teve a coragem de se opor a ti,
Aquele que se imaginou poder eternizar o despotismo
Mas ele mesmo tombou sob o próprio arbítrio seu, --
Por ti foi acolhido com respeito -- e, numa cumplicidade
Completamente desarmado, o seu povo (dele) foi mutilado.
Repleta de glórias perenes de amorais êxitos,
Obediente aos instintos primitivos,
Agora tu, como um verdugo, estás na percepção de todos,
Às lágrimas da vítima te mostras indiferente.
Pisaste tu a garganta sua,
Forçaste nela o espírito de mudanças,
Tu, como que num cadafalso,
Os seus trêmulos membros quebraste...
Do corpo gelado de mulheres, de velhos, de crianças
Desviando-te, causarás à Paris uma pilhagem total
Ou honrarás o seu funeral (deles) de sepultamento
E falsamente cantarás o hino ao rei dos reis?!.
Ó, povo esclarecido!
Ó, nosso grande iluminador!
Saiba, se acaso tombar a França, --
Da sua tumba emergirá um vingador.
Alcançará os teus limites, como serpente,
Fará compreenderes o que é o poder
De todas as ideias semi abatidas,
Que não puderam serem mantidas em sepulcros...
Ele, é a Nêmesis dos nossos dias,
E, para ti, -- jamais seria apenas um dos troféus
Terás de levantar coroas para todos os teus horrores, --
Com as mãos de milhares de pigmeus
Abrir milhares de "redes"...
Se por acaso -- e disto tens pleno saber,
As esperanças tuas depositas
No conhecimento da própria juventude, --
Tenha cuidado para que o conhecimento não definhe,
O mais depressa embainhe a espada e lave as mãos mãos,
Que foram sujadas pela poeira das trovoadas,
E pelo odor de sangue "enlameadas"...

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