quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Caminho montanhoso na Geórgia


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Горная дорога в Грузии, 1846-1851)

Caminho montanhoso na Geórgia

Ando e sinto, é pesado o meu caminho,
Quão infrutíferos são os meus motivos!
Cavalos tensionaram seu peito,
A quentura do sol aqueceu os estribos.

E tu, que te mostras um guia afoito,
Lá de cima gritas para mim: siga-me!
Desde a tua infância te acostumaste
Aventurar-te com uma arma nos ombros.

Hoje eu acordei muito cedo!
Da natureza senti uma saudade --
Arcabouços de rochas de argila,
E dos bosquedos as copas caidas!

Tudo calmo, ausência de gentes...
Aqui nestas alturas é pesado estar.
Mergulhadas num sono eterno,
As ruinas mtuamente acotoveladas.

Dormem!.. Mal pode-se ouvi-las.
Nunca alguém, resposta delas ouvirá!
Jamais também, alguém com elas
Uma palavra alegremente trocará!

Será que não? -- diga-me velho guia,
-- Não haveria tradições?! -- Lançou
A mão sobre o chapéu, para tirá-lo...
Como sinal, Starik sua cabeça meneou.

Observo -- os riachos correndo --
Deslisam as espumas para os vales,
E nas límpidas águas dos ribeiros
Vejo cavalos atolados pelos joelhos.

Quisera, também, mergulhar nessas águas
Refrescar-me -- nas sombras do tempo.
Pular do cavalo... Mergulhar no riacho
-- Cruzar os meus braços. Tudo esquecer.

Da cela porém, não há como pular!
À esquerda -- paredão íngreme de rochedos,
À direita -- arvoredo e neblina profunda;
Das águas murmúrios. Dos ribeiros espumas.

Ser a seta, por um arco lançada, eu queria!
Saltar sem limites!.. Mas como, não há. Não!
O cavalo faz o seu trote com calma, certeiro
-- Cuidadoso pisando o casco nas pedras...

O cuidado também é conquista!
O cavalo assim, valoriza a si.
De repente -- Os ventos do sul
-- uivantes espaços propagam,
De longe, ouço a voz dum amigo
-- Algo parece querer-me dizer.

"Amigo! Por que
um caminho melhor tu desejas?
Apenas um só há..." Sem outros,
Cavalo! Andes como tu sabes,
-- Aqui, o teu dono eu não sou!

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