segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Alegoria


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Аллегория, 1876)

Sou viajor -- As sombras me perseguem.
Eu as vejo durante as noites; E luzes,
Ao meu encontro, como que me acenando,
E de repente, como que ventos soprando
Apagam o brilho seu. E tudo se perde.
-- Será que ali uma estação me espera
Num qualquer cantinho apertado seu?..

Pois bem!.. Eu sei com antecedência --
O cocheiro descerá da boléia,
O sendeiro cansado será desatrelado,
Também, com o tremeluzir do abajur,
Num húmido silenciar mergulharão-me.
Dirão: Deita-te, nosso querido. Eis
O teu leito de madeira. Durma o sono...

E se, como eu previra que a paz chegasse,
Eu não quizesse -- deitar-me para dormir,
Então gritasse: "Força, velho encanecido,
Permita-me que ainda possa cavalos trocar!
Ouças então... Não queiras atrelar o rocim
-- Cavalos audazes, se eu pudesse galopar
Então eu poderia os que passaram alcançar.

Se de novo eu pudesse contra o peito apertar
Tudo, o que de nosso, o ano ruim açambarcou:
A liberdade -- a juventude -- e o amor, --
Para que, quando incendiado o leste todo,
Fosse me aberta a distãncia -- Que o dia novo
Pudesse dispersar, desta noite, as trevas
Que não assim, como fizeram essas luzes".

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