quarta-feira, 28 de novembro de 2012

(4 poemas)


Полонский Яков Петрович (1819 - 1898)
Jakov Petrovič Polonskij
Prosador e poeta russo

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Вот и ночь)

E chegou a noite

Anoiteceu... À sua porta
Se aproximou, ele sem fólego:
Ele cansou porque atrasado?..
Ou atrasou-se porque cansado?

Tirour chapeu, sentou-se
E, pálido, olhou para a janela;
Com atenção, estava ouvindo
Um delirar apaixonado -- dizia:

-- Anjo querido! Descanse em paz
À tua porta jamais eu baterei...
Da tua lamparina eu vejo a luz.
Sinto-me enlouquecida -- E rezo.

Nem sei se por ti, ou se por mim
Apenas rezo. -- Não sei por quem.
Vejo teus olhos e neles não creio,
Nem em lamparina, nem em estrelas.

As estrelas, todas as estrelas,
Assim como o teu olhar celeste,
Ardem e penetram o fundo da alma
-- Ali veem e contam as mentiras...

Porque jamais, estas estrelas,
Dirão-me toda a verdade... Quem
-- agora, apagou a tua lamparina?..
Apagou, depois, apareceu na janela.

Se o reflexo da lua bateu na janela
E -- introspectivo, eu não percebi?
Ou da noite -- talvez os devaneios,
Abrasadores ruidos de silêncio total?

Mas também pode ser -- junto à cerca
O farfalhar de folhagens ao vento?
Não!.. Eu ouço todos os que eu amo
Ao som da minha divertida lágrima...

E, como uma sombra, da sua porta
Ele levantou-se, quase sem respirar...
Ele cansou porque atrasado?..
Ou atrasou-se porque cansado?

***

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Время новое)

Novos tempos

Os ventos sopram em novos tempos -- Veja,
Nas asas os ventos trazem tempos novos:
Há quem, em brasa os seus olhos explode,
Como se o brilho estelar seu rosto tocasse,
Já outros, seus olhos e faces tombaram --
Como se nuvens escuras, as noites baixaram.

*** ***

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Встреча, 1844)

Um encontro

Ontem nos encontramos; -- Ela parou -
Eu parei também -- Nos olhos nós nos olhamos.
Meu deus, como diferente ela ficou;
Seus olhos se apagaram, as faces empalideceram.
Em silêncio, por muito tempo, fiquei olhando nela
-- Ela estendeu-me a mão, esboçou um sorriso leve;
Tive vontade de conversar com ela -- Ela pedia-me
(assim me pareceu) que calado eu ficasse. -- Virou
de lado o seu corpo, mecheu as sobrancelhas. Tirou
a sua mão, e murmurou: "Adeus, até a vista";
Queria eu então dizer: -- "Para a eterna separação
Adeus, perdida, porém uma querida criatura".

Tradução do russo por Mykola Szoma
(Вызов, 1844)

*** *** ***

Um convite

Do lado de fora da janela aparece
           Uma cabeça castanha.
Tu não dormes, és o meu sofrimento!
           Tu não dormes, marota!

Venha ao meu encontro!
           Dê-me um beijo ardente,
Juntemos coração ao coração
           Calorosamente nos abraçando.

Não tenhas medo de mim. As estrelas
           Cintilantes iluminam:
Eu te agasalharei com o meu casaco
           Para que ninguém te reconheça!

Se por acaso o guarda chamar-nos atenção,
           Responda-lhe que és um soldado;
Se perguntarem, com quem tu estiveste,
           Diga-lhes, que falaste com irmão!

Porém, se uma devota te vigiar
           Pois a clausura aborrece;
E a falta de liberdade involuntariamente
           Ensinará a esperteza e sabedoria!

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