terça-feira, 9 de outubro de 2012

Recordações ainda


Outro dia, já vos breve contei que
Quando, à esta freguesia, aportei,
Recebi uma fornalha, uma foice e
também um martelete... Disseram
que seria de bom alvitre seguir
as normas de manuseio, também,
de um pula-pula de cavalete...
Espécie de brinquedo solitário,
em cuja ponta há um estilete...
Quem se contacta com ele, tem o
desejo insano de um sorvete!..

Comigo, não foi assim!
Não quis brincar de falso arlequim.
Imaginei espaços siderais enormes
que se estendessem pelas campinas
encobrindo os altos montes
banhando-se nas águas
de limpas fontes.
Que se perdessem, além daqueles
horizontes, banhados pelas chuvas
-- além do planeta anão de Ceres.
Quiçá governado por um Xenofontes.

Dizendo, prossigo --
Do trílogo, das coisas recebidas,
do fole de sopro, apenas não me livrei.
Dele servi-me para o fogo atiçar.
Não na fornalha de ferreiro
Mas, na fundição de um cadinho simples
as almas dos humanos "formatar"!

Falei com Marx, com Zaratustra, com
Jean-Jacques Rousseau, com Platão, com
Pitágoras, com Nietzsche, com Pushkin,
com Dostoiévski, conheci Mayakosvski,
falei com Luis de Camões, Olavo Bilac
inspirou os meus sonhos... Porém, com
Jesus Cristo e com Taras Chevchenko
as noites soturnas em dia tornei!..

De Lenine, toscas lembranças apenas.
Um gigante que fora... Se foi.
Em mãos não devidas entregou as idéias.
Sua foice, martelete cruzando,
o fole de sopro cortou.
A fornalha não mais se aqueceu.
Em se esfriando, seus filhos "queimados",
consigo enterrou!..

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