terça-feira, 2 de outubro de 2012

Manhã de outono


Poema de A. S. PUSHKIN (1799-1837)
Осеннее утро (1816)
Tradução de Mykola Szoma

Manhã de outono

Ouve-se ruidos;
São flautas campestres
Anunciando a minha solidão,
E com a imagem da doce amante
O último sonho tomou a imaginação.

Da noite o manto caia dos ceus.
Estrelas brilhantes encobriam
o já palido dia -- Ao meu derredor
Um silêncio vazio tudo esculpia...

Ela não está mais comigo. Eu estava
à beira do rio... Junto ao qual Ela
às tardes risonhas, alegre sonhava.
Seus passos, pelos prados verdes, e
à beira daquele rio, eu procurava.

Vagando só, e no silêncio das matas,
Clamava o nome dela eu sem cessar!..
O eco navegava pelos espaços longes.
Como resposta -- da mente o retorno,
Fluia a mensagem dizendo: Ela partiu!

Antes da branda primavera...
Eu despedi-me dela e da alma
Já com a fria mão de outono.
Desnudas bétalas e tílias --
Ao lado delas, ela murmura
Acalentando bosques esquecidos.

Dias e noites ali flutuam
folhagens amareladas e ressequidas...
Neblina cobre as campinas refrigeradas.
Vez outra, ouve-se dos ventos o zumbido.
Campos, colinas e outeiros,
e bosques de carvalhos, conhecidos!
São os guardiães de um silêncio sacro!..
São tgestemunhas da triste solidão!
Já foram todos esquecidos...
Antes da branda primavera!..

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