domingo, 30 de setembro de 2012
Escreva o meu nome
Com a caneta que você tem
escreva, o meu nome,
no seu coração, também...
Com tinta vermelha
e calque com força
para que não desbote!
Que também se assemelhe à
minha paixão desbotada no
tempo da vida partida aos
montes de estilahços, que
se encontram esparramados
pelo empoeirado da vida
chão dessangrado.
Escreva o meu nome
mas não calque tão forte
para que não se transporte
indo às páginas brancas
da minha ilusão!..
Que permaneça somente
nas senoidais linhas
do seu coração...
A mim basta, tão só,
cinzelar alguns versos.
Canções desenhar e floreios,
em tintas azuis, debulhar...
Chorar de lembranças
afogando a saudade
que ainda me abraça.
-- Que não quer me deixar!..
Ao lado do nome
anote as memórias,
caso ainda
um pouco de tinta restou.
Espero que as suas saudades
ainda saudosas das minhas
o vento da vida
furtivamente não dispersou.
Não diga que é tarde agora.
Que a luz da candéia
já se apagou!..
Da tinta vermelha no frasco
nem mais uma gota restou...
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