domingo, 15 de julho de 2012

Não me comprometa



Eu não sei o que não falo
e, não falo o que não penso;
Mas só penso o que, um dia,
já pensei, quando me banhava
-- de baixo de um chuveiro,
em banho-maria...
Por sinal, a água era fria!..

Já se foi o tempo de entrar,
por qualquer coisa, em agonia.
O pensar nada resolve, se
a prática não lhe seguir-se...
Aceitei, por lema, nada ter
o que me comprometa e que
possa denotar-me de veneta!

Já pensei de muitas coisas e,
em muitas coisas, de cabeça,
como um "bode", me entreguei.
Machuquei os miolos... Urra!
Aprendi! Quão doido sosseguei.
Esqueci então todas as coisas
-- As doidas que já pensei...

Nos labirintos do palavreado
-- como se nada mais houvesse,
atolei-me aos borbotões. Quis
achar-me encrustado nos Hai-Kay
dos gritos de alvinos quinhões.
Encontrei irmãos não mui veros
-- Os da fé... Eram sinceros?..

Tornei-me mais falante. Platão
tornou-se "O" da minha estante.
O Verbo se fez a luz de idéias.
Traçou as novas epopéias gregas:
De pândegas, da farra patuscada,
emerge agora -- uma ofuscante
balada de idéias intrigantes!..

Em mim
nada assim
houvera antes!
Juro que ainda não consegui ler
as "caricaturas de Dante". Mas,
já debrucei-me sobre as idéias
do espanhol Cervantes...

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